sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Eu acho que já passei tanto nestes últimos anos que já devia ter aprendido. Já devia ter aprendido que as pessoas não nunca mudam assim como o dia não deixa de ter 24 horas, assim como o mundo não deixa de ter o movimento de rotação e translação. Já devia ter interiorizado que cada um é como cada qual e não dar valor a coisas minimas. Mas assim como o dia não deixa de ter 24 horas e não deixam de também existir os 12 meses do ano, os 7 dias da semana e as 4 estações, eu continuo a ser eu. Continuo a ser aquela rapariga de coração mole que se comove ao ver as tardes da Júlia ou as manhãs do Goucha. Continuo a ser aquela parva que acredita em quase tudo o que lhe dizem porque julga os outros como ela. E continua ao fim de tantos anos a precisar dos mesmo amor, do mesmo carinho, das mesmas palavras bonitas, das coisas mais banais que todas as pessoas dizem quando estão apaixonadas, das tantas coisas idiotas que o amor nos faz dizer, mas que nos fazem sentir bem, mesmo que lá no fundo saibamos à partida que tudo pode acontecer ao contrário, e que o "para sempre" significa "até um dia". Continuo a precisar de sonhar acordada antes que se lembrem que tenhamos que pagar imposto. Continuo a precisar de ouvir tudo aquilo que já ouvi imensas vezes e nunca dei o devido valor porque estava habituada. Agora ouço-o na boca dos namorados quando passo por eles, ouço-o nas telenovelas e nos filmes. E se quem não está bem que se mude, eu tenho que mudar, pois não consigo viver feliz com a ausência dessas coisas tão simples.

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